A Vida é uma eterna procura.
Este blog é uma viagem interior e o reflexo de uma permanente busca do encontro
com O Deus-Amor, com o próximo, comigo própria...

Enfim, é o espelho de um espírito inquieto.

Pintura de Paul Klee

terça-feira, 2 de março de 2010

Com o tempo aprendi

Diz-se que este texto é de Shakespeare...
Mesmo que não o seja,
mesmo sendo longo,
vale a pena ler e ouvir.Como passar do tempo aprendemos a diferença,
a subtil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma.
Aprendemos que amar não significa apoiar-se,
e que companhia nem sempre significa segurança.
Começamos a aprender que beijos não são contratos,
e presentes não são promessas.
Começamos a aceitar as nossas derrotas
com a cabeça erguida e olhos adiante,
com a graça de um adulto,
e não com a tristeza de uma criança.
Aprendemos a construir todas as nossas estradas no hoje,
porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos,
e o futuro tem o costume de cair no meio do vão.
Com o passar do tempo, aprendemos que
o sol queima se ficarmos expostos por muito tempo.
E aprendemos que não importa o quanto nos importemos,
algumas pessoas simplesmente não se importam...
E aceitamos que não importa quão boa seja uma pessoa,
ela vai ferir-nos de vez em quando e é preciso perdoá-la por isso.
Aprendemos que falar pode aliviar dores emocionais.
Descobrimos que são precisos anos para conquistar a confiança de alguém
e apenas segundos para destruí-la.
E que podemos fazer coisas num instante apenas,
das quais nos arrependeremos para o resto da vida.
Aprendemos que verdadeiras amizades
continuam a crescer mesmo a longas distâncias.
E que o que importa não é o que temos na vida,
mas quem temos na vida.
E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.
Aprendemos que não temos que mudar de amigos,
se compreendermos que os amigos mudam.
Percebemos que nós e o nosso melhor amigo
podemos fazer qualquer coisa,
ou nada,
e passarmos bons momentos juntos.
Descobrimos que as pessoas com quem mais nos importamos na vida
são levadas de junto de nós muito depressa,
por isso devemos sempre despedir-nos das pessoas que amamos
com palavras amorosas:
pode ser a última vez que as vejamos.
Aprendemos que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós,
mas também que nós somos responsáveis por nós próprios.
Começamos a aprender que não nos devemos comparar com os outros,
mas sim com o melhor que podemos ser.
Descobrimos que se leva muito tempo para tornarmo-nos na pessoa que queremos ser,
e que o tempo é curto.
Aprendemos que não importa onde já chegámos,
mas para onde nos dirigimos;
no entanto, se não sabemos para onde vamos,
qualquer caminho serve.
Aprendemos que, ou controlamos os nossos actos,
ou eles nos controlarão,
e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade,
pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação,
existem sempre dois lados.
Aprendemos que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer,
enfrentando as consequências.
Aprendemos que paciência requer muita prática.
Descobrimos algumas vezes
que a pessoa que esperamos que nos rejeite quando caímos,
é uma das poucas que nos ajudam a levantar-nos.
Aprendemos que maturidade
tem mais a ver com as experiências por que passámos
e o que aprendemos com elas,
do que com quantos aniversários celebrámos.
Aprendemos que há mais dos nossos pais em nós próprios
do que supúnhamos.
Aprendemos que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são tolices;
poucas coisas são tão humilhantes
e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.
Aprendemos que quando estamos com raiva,
temos o direito de estar com raiva,
mas isso não nos dá o direito de sermos cruéis.
Descobrimos que só porque alguém não nos ama
do modo que gostaríamos que amasse,
isso não significa que esse alguém não nos ame
com quantas forças tem,
pois existem pessoas que nos amam,
mas simplesmente não sabem como demonstrá-lo ou vivê-lo.
Aprendemos que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém,
algumas vezes temos que aprender a perdoar-nos a nós próprios.
Aprendemos que, com a mesma severidade com que julgamos,
assim seremos algum dia julgados.
Aprendemos que não importa em quantos pedaços o nosso coração foi partido,
o mundo não pára para que o consertemos.
Aprendemos que o tempo não é algo que possa voltar para trás.
Portanto, há que plantar o nosso jardim,
decorar a nossa alma,
ao invés de esperar que alguém nos traga flores.
E aprendemos que temos forças para aguentar,
que realmente somos fortes,
e que podemos ir muito mais longe,
depois de pensarmos que não podemos mais.
E que realmente a vida tem valor
e que temos valor diante da vida!
As nossas dúvidas são traidoras
e fazem-nos perder o bem que poderíamos conquistar,
se não fosse o medo de tentar.

Sem comentários: