A Vida é uma eterna procura.
Este blog é uma viagem interior e o reflexo de uma permanente busca do encontro
com O Deus-Amor, com o próximo, comigo própria...

Enfim, é o espelho de um espírito inquieto.

Pintura de Paul Klee

sexta-feira, 30 de julho de 2010

"Alimenta-te de Deus, e saboreia o que ultrapassa todo o sabor..."


Passo a Rezar - Uma descoberta recente 
Deixo aqui o link para um site extraordinário,
que pode ser uma ajuda preciosa 
na experiência interior e pessoal da oração,
no caminho do encontro com o Pai:

E uma paragem especial em:
"Deixa que a respiração profunda do teu ser aconteça.
Só isso.
Não interrogues nem busques:
deixa que seja Deus a procurar-te.
Não caminhes:
Deus virá ao teu encontro.
Não procures contemplar:
permite antes que Deus te contemple.
Não rezes:
deixa que, em silêncio, Ele reze o que tu és."

"Não és apenas tu que tens sede e desejo de Deus:
Deus deseja a tua presença,
corre de mil maneiras ao teu encontro!
Encanta-se contigo.
Permite que Deus veja mesmo o teu rosto.
Deixa Deus revelar no teu rosto
a beleza e a paz que sozinho não consegues ver."

terça-feira, 27 de julho de 2010

Turtle Quartet - Respira-se talento e genialidade por aqui...

A reinvenção... das cordas!

Model Trane

Snow What

Bach's Lunch
Variations on themes by J.S.Bach

Seven Steps to Bach
Bach ou Jazz?... Ou melhor: Bach e Jazz?!?!?!?

O caminho menos óbvio, mas não menos necessário...

“Seria mais fácil...
Fazer como todo mundo faz
Caminho mais curto
Produto que vende mais...

Mas nós dançamos no silêncio
Choramos no carnaval
Não vemos graça nas gracinhas da tv
Morremos de rir no horário eleitoral...

Sabemos que não é bem assim...”
 
Humberto Gessinger

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Contentar-se com o necessário

Por: JOSÉ REBELO, Director da revista World Mission

Artigo de opinião da Revista Além-Mar de Abril de 2010


Relações pessoais, comunhão, meditação, empenho de fé podem fazer muito mais que o dinheiro pela nossa felicidade.

A cultura consumista que se impôs no Ocidente conseguiu espalhar-se pelo planeta inteiro, chegando até aos mais remotos lugares. O resultado desta colonização cultural está à vista, em todo o lado: as pessoas acabam por fazer compras mais para satisfazer necessidades impostas do que necessidades reais. Deixa-nos perplexos, por exemplo, ver que há pessoas que lutam pela sua sobrevivência diária, no meio de grandes dificuldades, para chegar ao fim do mês com o magro salário que ganham, e que, apesar disso, exibem telemóveis sofisticados – por vezes, tendo até mais que um – para depois virmos a saber que tiveram de os ir depositar na penhora em troca por dinheiro para satisfazer necessidades mais imediatas.
Em menos de meio século, houve um aumento de seis vezes mais nos índices de consumo, sob a pressão de um forte condicionamento cultural que influencia o comportamento das pessoas. Líderes de governos e economistas de renome defendem que o consumo é necessário para estimular o crescimento da economia. E a florescente indústria da publicidade seduz continuamente as pessoas, fazendo-lhes acreditar que serão mais felizes se tiverem acesso aos bens e serviços do progresso material.
Mas precisamos realmente de comprar e possuir tantos bens de consumo que a modernidade nos oferece? Tom Hodgkinson escreveu recentemente no Guardian: «De facto, nós sobrevivemos bastante bem, durante milénios, sem computadores e telemóveis. Shakespeare não possuía Blackberry e Aristóteles conseguiu ser o que foi sem um Iphone. O Cristianismo espalhou-se pelo mundo inteiro sem blogues e Internet. Cristo fez o sermão da montanha e deu a conhecer o seu programa sem recorrer a uma apresentação powerpoint. Toda esta nossa tecnologia não é necessária para se ter uma vida feliz.»
Esta linha de pensamento «provocadora» ajuda-nos a focalizar a nossa reflexão naquilo que é essencial na vida e no que queremos fazer do nosso mundo. O consumismo desenfreado é a maior causa da degradação ambiental, para além de ser também causa de degradação moral; as pessoas atiram para trás das costas os valores morais para alimentarem uma sede de ter e de prazer que sacrifica valores e comportamento éticos. Muitos dos ecossistemas da Terra estão em risco de extinção e nós vivemos num planeta com recursos limitados: não podemos continuar a explorá-los desta maneira, pois pomos em risco o futuro, nosso e das gerações vindouras.
A ciência e a economia não possuem a fórmula para salvar o nosso planeta das nossas destrutivas maneiras de viver. A solução está na decisão de vivermos de uma maneira mais sustentável, que implica a opção por vivermos vidas mais simples e modestas, contentes em termos o necessário. Esta opção leva necessariamente a não cooperar com uma cultura do desperdício que promove o consumo, a destruição das coisas só porque têm de ser substituídas por outras novas.
A compulsão para comprar e exibir os bens de consumo conotados com moda e estatuto social – carros de luxo, roupas de marca, gadgets electrónicos – é sintoma de baixa auto-estima e dependência. O desafio é combater essa compulsão promovendo uma visão da vida, uma espiritualidade, que abrace os mais genuínos valores da simplicidade, da solidariedade e da comunhão com a Natureza e os demais seres humanos. O dinheiro e os bens de consumo que ele pode comprar podem contribuir para o nosso bem-estar mas não nos asseguram a felicidade. Sobriedade, domínio e dom de si, verdade, amor, relações pessoais autênticas, comunhão, meditação, empenho de fé podem fazer muito mais pela nossa felicidade.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Santa Brígida, uma Santa que viveu "com os pés assentes na terra" e o coração preso a Deus

"Indicando Santa Brígida como co-Padroeira da Europa, desejo torná-la conhecida não só aos que receberam a vocação de uma vida de especial consagração, mas também aos que são chamados às naturais ocupações da vida laical no mundo e, sobretudo, à exímia e exigente vocação de formar uma família cristã.

Sem se deixar influenciar pelas condições de bem-estar do seu meio aristocrático, ela viveu com o marido Ulf uma experiência conjugal, onde o amor esponsal se uniu à oração intensa, ao estudo da Sagrada Escritura, à mortificação e à caridade. Juntos fundaram um pequeno hospital, onde frequentemente cuidavam dos enfermos. Brígida tinha também o hábito de servir pessoalmente os pobres. Ao mesmo tempo, era apreciada pelas suas qualidades pedagógicas, que teve ocasião de pôr em prática no período em que lhe foi pedido que servisse na Corte de Estocolmo. Desta experiência amadureceram os conselhos que, em diversas ocasiões, veio a dar aos príncipes e soberanos, para desempenharem correctamente as suas funções. Mas os primeiros a beneficiar de tudo isto foram certamente os seus filhos, e não é por acaso que uma das suas filhas, Catarina, é venerada como santa. [...]


Depois da morte do esposo, ouviu a voz de Cristo que lhe confiou nova missão, guiando-a passo a passo com uma série de graças místicas extraordinárias. [...] Com a força que é o eco dos antigos grandes profetas, ela falava com segurança a príncipes e pontífices, revelando os desígnios de Deus acerca dos acontecimentos históricos. Não poupou severas advertências, nem mesmo em matéria da reforma moral do povo cristão e do próprio clero [...]


Nas terras escandinavas, pátria de Brígida, que estão separadas da plena comunhão com a Sé de Roma após os tristes acontecimentos do século XVI, a figura da Santa sueca permanece como um precioso elo ecuménico, também reforçado pelo esforço realizado neste sentido pela Ordem religiosa por ela fundada."



João Paulo II
in Carta apostólica Spes Aedificandi (a partir da trad. DC2213, 7/11/99)